Faleceu no Porto, no passado dia 26 de Agosto de 2015, o escritor Bento da Cruz, seguramente um dos valores mais sólidos da literatura trasmontana. Nascido em 1925 em Peirezes, Montalegre, médico de profissão e director do jornal Correio do Planalto, deixa uma obra extraordinariamente consistente, sobretudo no campo da ficção (conto e romance), mas também no da crónica e do estudo histórico e etnográfico.
Obras como A Fárria, Planalto em chamas, Ao longo da Fronteira, As filhas de Loth, Contos de Gostofrio e Lamalonga, O Lobo Guerrilheiro, O Retábulo das Virgens Loucas, Histórias de Lana-Caprina e Histórias da vermelhinha caracterizam-se por uma notável riqueza linguística, por uma sábia técnica narrativa e por um humor que se assume muitas vezes como picaresco, um pouco à maneira de mestre Aquilino Ribeiro. Nelas, tal como nas crónicas dos três volumes dos Prolegómenos, ganham voz e visibilidade as gentes e a cultura da sua região natal (Barroso), que entranhadamente amava.
O Grémio Literário Vila-Realense tinha nele um grande amigo e um excelente colaborador.
Bento da Cruz foi a sepultar no dia 27 na sua aldeia. Onde melhor?
FALECEU BENTO DA CRUZ
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